De 26 de fevereiro a 20 de março, a Escola de Cães Guia Helen Keller promove campanha para que o público possa ajudar a escolher os nomes de seis filhotes de Labrador pretos recém-nascidos. São quatro fêmeas e dois machos que servirão como os olhos de pessoas com deficiência visual na função de guia. Qualquer pessoa pode participar. Basta acessar a fanpage da Escola e enviar via mensagem as sugestões de nomes. O resultado deve ser divulgado no dia 31 de março e os autores dos nomes selecionados irão receber um kit personalizado com boné, camiseta e um pingente em formato de cão-guia.
“É muito mais do que a escolha de nomes. Esses cães passarão por um criterioso adestramento e proporcionarão uma nova vida aos deficientes visuais. Por isso, devem ser nomes dignos de cães muito especiais”, explica Paulo Bernardi, o presidente da Escola de Cães Guias Helen Keller – instituição sem fins lucrativos e a primeira escola da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão-Guia.
Ele comenta ainda que para que sejam escolhidos os melhores nomes é preciso seguir alguns critérios. “Como se trata da primeira ninhada própria da escola todos os nomes devem começar com a letra A. Precisam ser nomes fortes, curtos e de fácil pronúncia”, conta Bernardi. “Para evitar problemas na hora em que o cão irá guiar não devem ser sugeridos nomes pessoais”, orienta.
Após receberem seus novos nomes, os cães serão levados para as famílias socializadoras – voluntários responsáveis por apresentar o mundo para o cão-guia aprendiz e vivenciar diversas experiências por um período de 15 a 18 meses.
“Todos os filhotes são lindos, saudáveis, fortes e bem equilibrados. E estão à espera de famílias socializadoras para que os eduquem com nosso auxílio e suporte, para se tornarem em breve cães-guia”, afirma o instrutor da escola Fabiano Pereira.
Segundo estimativas da Federação Internacional das Escolas de Cães-Guia (International Guide Dog Federation/ IGDF) cerca de 70% dos cães que iniciam o processo de treinamento não chegam a se graduar como guias de cegos devido a problemas congênitos e comportamentais. Por isso é importante que as escolas que realizam esse processo tenham seu próprio plantel.
A Escola de Cães Guia Helen Keller tem investido na produção e aprimoramento de cães próprios e comemora o nascimento de seis filhotes ocorridos no início deste mês.
“O grande desafio de quem utiliza um cão como ferramenta de independência do deficiente visual, é estabelecer um plantel que tenha um número cada vez maior de resultados positivos e menor número de baixas ou perdas de cães por deficiências físicas e comportamentais”, esclarece Fabiano Pereira.
A escolha do cão para servir como guia a um deficiente visual é feita com base nas suas características individuais no que se refere ao comportamento e principalmente a genética. Normalmente são escolhidas as raças em que os cães tenham aparência amigável, sejam fiéis e obedientes, além de gentis e brincalhões. As mais comuns para a função são a Retriever do Labrador e a Golden Retriever. A Escola tem sido pioneira no país ao inserir a raça inglesa Flat Coated Retriever.